quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Para Receita, Dilma escolhe ex-auxiliar de FHC

O ministério da Fazenda confirmou nesta quarta a escolha de Carlos Alberto Barreto para comandar a máquina arrecadadora da Receita Federal, que nos últimos tempos andou se transformando em fonte de problemas políticos para o governo. Com a escolha de um funcionário de carreira, com mais de 17 anos de experiência, testado em postos-chaves da área, ligado a Everardo Maciel e Jorge Rachid – integrantes do governo FHC -, Dilma faz uma opção apolítica, o que colabora para devolver a Receita aos trilhos.

Considerado um técnico acima de qualquer suspeita, a expectativa é que Barreto mitigue os conflitos internos da Receita, motivados por confrontos entre correntes sindicais, com impacto até sobre a arrecadação.

Barreto substituirá Otacílio Cartaxo, cuja gestão à frente da Receita foi considerada fraca. O secretário assumiu em plena crise provocada pela demissão de Lina Vieira, após desavenças com Dilma Rousseff em rumoroso caso envolvendo acusações de favorecimento político de aliados. De lá para cá, a Receita voltou às manchetes escandalosas, no caso dos vazamentos de dados sigilosos de dirigentes tucanos durante a campanha eleitoral, passou por sindicância, virou alvo de inquérito, tirou o sono do presidente Lula e da então candidata Dilma, com dano grave para a imagem da instituição.

Também estavam cotados para a Receita o subsecretário de Fiscalização, Marcus Vinicius Neder, o presidente do INSS, Valdir Moisés Simão, e o superintendente do órgão em São Paulo, José Guilherme Vasconcelos. Pesou a favor de Barreto a preferência pessoal de Dilma, é claro, e a experiência do técnico, destacada por Mantega, em estratégias de melhoria de arrecadação federal.

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